O governo não sabe o melhor para nossas vidas, por Pierre Lucena

August 6, 2018

A educação formal deveria servir para melhorar a vida das pessoas e para dar maior eficiência ao país. O caso da MC Loma mostra que, envolvida na burocracia estatal, a educação formal anda fazendo o oposto.

Alçada à condição de popstar da internet no começo do ano, a pernambucana Paloma Roberta Silva Santos, a MC Loma, já tem quase 5 milhões de pessoas no Instagram aos 15 anos. Agora, está com a agenda lotada, correndo para ganhar tudo o que pode, sabendo que o sucesso repentino pode acabar de uma hora para outra.

O governo está proibindo ela de se salvar e salvar sua família da pobreza absoluta em que vivia. A Vara da Criança e do Adolescente está saindo por aí proibindo shows dela porque não está matriculada em uma escola. Devem acreditar que se votar a estudar na escola que estudava em Prazeres, num bairro pobre da Região Metropolitana do Recife, irão torná-la alguém melhor no futuro, com um subemprego formal. Que deva por um freio nos sonhos que a garota está conquistando através do próprio trabalho.
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A Vara da Criança e do Adolescente, nesse caso, poderia entender que o futuro dela também está sendo construído também pelo trabalho, que ela assume publicamente como um meio de realizações como saúde, moradia digna e mesmo educação. Sentar num banco de escola agora seria melhor?

A MC Loma não teve oportunidades básicas para sair da pobreza extrema. Agora, o governo quer tirar um meio de sustento e conquistas para a adolescente e sua família. Essa mania do Estado se meter na vida de todo mundo é um mal desnecessário.

Texto adaptado de original do Pierre Lucena, vice-presidente do jornal Diário de Pernambuco, professor de Finanças da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e comentarista econômico da CBN/Recife, com participação diária.