A nova previdência em favor dos mais pobres, por Rodrigo Saraiva Marinho

June 27, 2019

No dia 20/2, foi exibida a proposta da nova previdência pelo Ministério da Economia, do ministro Paulo Guedes, tendo sido apresentada pelo secretário da Previdência, Rogério Marinho, que foi deputado na legislatura passada e que relatou a reforma trabalhista.

Estive presente na apresentação que durou cerca de quatro horas, tendo a equipe técnica explicado de forma pormenorizada as mudanças da atual para a nova previdência e, ao final, tirando todas as dúvidas das pessoas que estavam presentes.

A nova previdência possui pontos negativos e positivos. Os negativos são: a diferença de idade entre homens e mulheres; o benefício social que começa antes com R$ 400,00 aos sessenta anos e que só sobe o valor quando o beneficiário completa setenta anos; os militares não terem vindo com as demais categorias e a não apresentação ainda do regime de capitalização, para acabar de vez com o regime de pirâmide que é hoje a previdência.

Vale destacar quatro pontos positivos da reforma, mas existem vários outros que mereciam ser mencionados: a nova previdência é ampla, abarca o regime geral, regime próprio, políticos, juízes, Ministério Público e todas as organizações que têm algum poder no Brasil também estão lá; além de acabar com três argumentos da esquerda, como o fim da DRU, que, segundo a esquerda, caso acabasse, acabaria o déficit, uma mentira deslavada; a melhora na cobrança dos devedores da previdência, que também, segundo a esquerda, resolveria o problema, o que não é verdade e, por fim, a afirmação que a esquerda sempre fala que os mais ricos pagam poucos tributos, mas a reforma aumenta a alíquota de praticamente todas as profissões que ganham acima de 2 salários mínimos e baixa para quem ganha até dois salários mínimos, com o foco nos mais pobres.

A necessidade de reformar a previdência é imediata. Hoje nós temos 11% de idosos que respondem por 55% do orçamento. Infelizmente, o Brasil está ficando velho antes de ficar rico, por conta disso, a tendência é que a previdência em poucos anos tome todo orçamento brasileiro. Isso ocorre em razão do sistema não usar os juros a favor das pessoas, já que o sistema previdenciário brasileiro é o de repartição, ou seja, quem está trabalhando paga para quem está aposentado, assim você, sim, você, não paga para você mesmo, você paga por quem trabalhou há anos atrás. Alguns chamam isso de pacto intergeracional, eu chamo isso de esquema ponzi ou esquema de pirâmide.

O esquema de pirâmide é extremamente conhecido no Brasil. O golpe funciona da seguinte forma: quem entra primeiro é beneficiado e quem entra depois não tem qualquer vantagem. A previdência atual é um sistema de pirâmide. Em pouco tempo as pessoas que não entraram nesse sistema não irão receber. O que pode mudar essa realidade é o sistema de capitalização, que faz o dinheiro trabalhar para as pessoas, ou seja, os juros correndo a favor da sociedade. Acabar com esse sistema de pirâmide beneficiará, em especial, os mais pobres.

Coluna originalmente publicada no jornal O Povo, AQUI.