“Você precisa de formas de focalizar melhor o gasto público”, diz Elena Landau em live do Livres

June 1, 2020

Em live realizada pelo Livres nessa segunda-feira, 01/06, a economista Elena Landau discutiu com nosso diretor de comunicação, Mano Ferreira, se gasto público pode ser solução para situações de crise.

“A gente tem que separar duas etapas, duas situações: uma economia com uma pandemia, com uma parada repentina da atividade econômica, várias pessoas numa crise humanitária, sanitária e econômica. Nessa situação, o governo tem que agir. Uma coisa que a gente tem que deixar claro, é que quando o governo nessas situações de emergência, seja na questão da saúde, seja na questão do auxílio emergencial, ou empréstimos de sustentação de emprego e atividade econômica, é correto. Primeira coisa é dizer que “acabou o liberalismo” por causa disso. Não tem nada a ver. Trata-se de uma ignorância. Vale lembrar da frase do grande Stuart Mill: ‘Um homem que passa necessidades não tem liberdade para exercer as suas opções'”, disse a economista.

Ainda continuou: “O problema que a gente está vendo agora é o desejo de transformar uma ajuda temporária, emergencial, em algo permanente. Aí você tem várias situações: as pessoas que são a favor do gasto, do intervencionismo do governo, de isenção tributária, protecionismo, que usam dessa oportunidade para se reviverem. Isso vai de acadêmicos até empresários que não sobrevivem sem uma boquinha. O outro lado são de pessoas que estão angustiadas.”

Elena ainda argumentou que o correto sobre focalizar melhor o gasto público, em detrimento a aumentá-lo.

“No momento, a demanda por gasto público não vem só de obras farônicas. Por exemplo, querem expandir o auxílio emergencial de R$ 600 para todos. O que acontece? Você tá colocando política social sobre política social. Nós temos, no Brasil, uma política de transferência de renda das mais elogiadas do mundo: o Bolsa Família. Maior relação custo-benefício. Por que não aprimorar o Bolsa Família? Por que não pegar esse conjunto de políticas assistenciais, organizar e focalizar o gasto? Qualquer pessoa que fizer uma conta rápida de auxílio emergencial, da forma que as pessoas querem fazer, de renda mínima universal, você quebra as contas do Brasil. Não é por aí, porque isso gera inflação, e inflação come o poder de compra do pobre. Tem que pensar nas propostas. Não existe essa coisa do economista bonzinho e mauzinho: você precisa de formas de focalizar melhor o gasto público”.

Você pode assistir à live gravada aqui: