Livres vai ao Ministério Público contra compras irregulares de respiradores em SC

April 29, 2020

À luz das compras irregulares aceitas pelo governo de Santa Catarina para respiradores fantasmas, deflagradas pelo portal The Intercept, o núcleo do Livres de Santa Catarina, representado pelos associados Júlio Cesar Schvambach e Mariela Gavlik, fez uma denúncia ao Ministério Público. Além da denúncia no MP, o associado Gabriel Felippi também realizou denúncia no Tribunal de Contas do Estado.

A denúncia relata um gasto de R$ 33 milhões em propostas forjadas para respiradores que não existiam. A fornecedora, a empresa Veigamed, localizada na Baixada Fluminense, não possuía histórico de produção ou venda de respiradores; a Veigamed seria conhecida no mercado pelas vendas de gaze e mobília médica, e além disso, nunca havia realizado nenhuma venda ao governo catarinense.

A sede dessa “fornecedora” fica em uma casa modesta, em Nilópolis. No site da Veigamed, além de nenhuma menção à venda de respiradores, não há uma imagem dessa casa, mas sim, de um render em 3D de um prédio na cidade de Macaé. O The Intercept tentou ligar para o telefone colocado no site, infrutíferos em conseguir resposta. No entanto, ao ligar para o número cadastrado na Receita Federal, lhes foi dito que ali se tratava de uma “casa de massagem”.

Em termos simples, o governo do estado de Santa Catarina gastou R$ 33 milhões para a compra de respiradores que não existiam, de uma empresa instalada em uma casa simples, a qual, em seu site, diz estar localizada em outro município; localização essa, por sua vez, que atende por uma casa de massagem.

O associado Júlio Schvambach, um dos denunciantes ao MP, relata sua preocupação com as denúncias: “As denúncias são graves. Em um momento de tanta dificuldade, essa falta de transparência nas ações do governo do estado, uma compra com valor tão alto, com uma empresa que facilmente através de poucos cliques pela internet, se nota ser despreparada para atender nosso estado. Ficaremos vigilantes, tanto o Livres-SC, como tenho certeza que a sociedade catarinense”.