Livres é impedido de protestar contra aumento do número de vereadores em Maceió

June 25, 2019

Ativismo

Nesta terça-feira (25), associados do Livres em Maceió tiveram de esperar várias horas até conseguirem subir até o 4º andar da Câmara Municipal da capital alagoana, onde funciona o plenário. O grupo estava organizado para acompanhar a votação de uma medida absurda que previa o aumento do número de vereadores da cidade, de 21 para 25 parlamentares, que acabou aprovada com apenas 4 votos contrários. Na hora marcada para a avaliação da proposta, os manifestantes foram levados a uma sala no 1º andar do prédio e informados de que só poderiam acompanhar a votação através da televisão disponível no local.

“A Câmara não tem a mínima estrutura para receber os cidadãos que queiram se envolver na ação política local. Sequer conseguimos escutar toda a votação porque a transmissão ficou sem áudio várias vezes. Que tipo de confiança podemos ter em representantes que não escutam os cidadãos? Tentamos fazer com que os vereadores ouvissem a gente, mas fomos ignorados”, afirmou a coordenadora estadual do Livres em Alagoas, a advogada Maria Tavares.

A preocupação não para no descaso com o cidadão. A medida de aumento do número de parlamentares ameaça ainda mais as contas públicas esfaceladas de Maceió. Vereadores que estavam contra a proposta destacaram à imprensa local que o prefeito já prometeu aumento a algumas categorias do funcionalismo público, mas não tem como pagar sequer os salários atuais. Os vereadores a favor, afirmam que não há problema em aumentar seus números porque o orçamento atual já está aprovado e não vai inchar, este ano, para atender aos parlamentares adicionais.

Associado do Livres, o estudante Gustavo Gobbi discorda. “O orçamento vai ser votado de novo no ano seguinte e com certeza vai ser aumentado. É questão de tempo para os vereadores conseguirem mais dinheiro e somarem ao caos fiscal na cidade e no estado de Alagoas. É dinheiro que sai do nosso bolso sendo mal administrado e quando a gente tenta impedir os abusos, eles tiram a voz do cidadãos que deveriam representar”, analisou Gobbi.

O grupo de manifestantes e outras pessoas da sociedade civil que tentavam acompanhar o ato só puderam ver de perto a sessão quando a votação já tinha acabado. Espremidos em uma galeria minúscula, sequer foram ouvidos pelos vereadores.

“Hoje, a votação, aparentemente, foi informal, mas a rapidez e poucos votos contrários mostra que ainda vai avançar muito entre os parlamentares. Vamos continuar fazendo nossa parte e lutar para sermos ouvidos”, afirmou Gustavo.