Líderes Livres: “Busca por políticas de moradia deve ser uma solução para as cidades”, diz Guilherme Magalhães

May 19, 2020

Líderes Livres

Apresentando os Líderes Livres!

Guilherme Magalhães é ativista pela liberdade. Quer conhecê-lo melhor?

Nós realizamos uma entrevista com os Líderes Livres para que os nossos seguidores pudessem conhecê-los melhor. Essas são as respostas de Guilherme Magalhães.

Quais são os maiores problemas a serem resolvidos na sua cidade?

BH é uma cidade com múltiplos problemas, como qualquer centro urbano de grande porte é. Mas, se prefeito fosse, direcionaria grande parte dos meus esforços para resolver três grandes entraves para a capital: o trânsito, a política de uso do espaço urbano e as estratégias de sustentabilidade.

A capital mineira se destaca entre as mais engarrafadas do país. O nosso sistema de transporte coletivo é caro e ineficiente. Apesar de grandes investimentos feitos nos últimos anos, não conseguimos transformar o ônibus em uma alternativa funcional ao transporte individual.

O plano diretor afasta as pessoas das áreas centrais e torna a moradia cara. Existem entraves burocráticos que impedem a construção de modelos de moradia mais flexíveis e focados nas áreas de maior interesse da população. Como resultado, os pobres são obrigados a morar em áreas de risco ou em cidades vizinhas.

As enchentes são um problema comum das festas de final de ano. Cercamos os nossos rios e impermeabilizamos o nosso solo ao longo do último século. Hoje, casas inundadas se tornaram um problema democrático, atingindo dos mais pobres aos mais ricos.

E quais são as suas soluções?

Eu desconheço especialista em transporte urbano que aponte um futuro mais sustentável e eficiente para as cidades modernas que não passe pela redução do uso dos meios de transporte individual. Para atingir esse objetivo, Belo Horizonte deve preparar-se para tomar medidas radicais, que criem os incentivos diretos e indiretos para que mais pessoas utilizem o transporte coletivo ou deixem o seu carro em casa frequentemente.

Diretamente, a cidade deve criar um plano de médio e longo prazo de modernização das suas linhas de ônibus. Os veículos devem ser mais confortáveis e sustentáveis. Por isso, a renovação da frota com a troca da matriz energética por veículos híbridos e elétricos ao longo da próxima década é um objetivo que deve ser perseguido.

Ao mesmo tempo, a prefeitura deve aproveitar mais os dados disponíveis sobre o uso de cartões de vale transporte e a movimentação dos veículos. Integrados a uma malha digital, cada ônibus e passageiro pode ser tornar uma fonte de insights para a otimização da rede viária. Esse trabalho deve ser feito com o apoio da comunidade, por meio da disponibilização dos dados de uso após o devido tratamento para garantir o anonimato dos usuários.

Indiretamente, a cidade deve abandonar a ideia de que a solução para os engarrafamentos se dá com mais ruas e avenidas. O uso do espaço viário deve ser repensado. Com menos espaço para estacionamento gratuito, calçadas mais largas e maior quantidade de ciclovias, a cidade se tornará mais aberta para os seus moradores.

O plano diretor precisa ser repensado para permitir modelos de moradia mais flexíveis, alinhados com as demandas da população e verticalizados. A cidade do futuro terá prédios mais altos e próximos das áreas centrais. Que Belo Horizonte fique preparada para esse cenário o mais rápido possível.

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