Brasil perde protagonismo entre democracias liberais da América Latina

January 23, 2020

Notícias

Apesar da vocação natural para liderar a região pelas nossas proporções quase continentais, o Brasil não é protagonista da América Latina quando o assunto é democracia liberal.

Entre os 23 países analisados pelo Índice de Democracia da Economist, o Brasil tem um desempenho medíocre, ficando apenas na 10ª colocação, atrás de Uruguai, Costa Rica e Chile – as únicas democracias plenas da região -, além de Trindad e Tobago, Colombia, Panamá, Argentina, Suriname e Jamaica.

O Brasil tem notas acima da média regional em 3 dos 5 eixos analisados:

Processo eleitoral e pluralismo

É fácil de entender o bom desempenho brasileiro nesse quesito, dado que desde 1989 nós temos eleições livres e regulares, com vários partidos na disputa.
Nota do Brasil: 9,58
Média da América Latina: 7,48
Média mundial: 5,8

Participação política

O Brasil possui uma sociedade civil mais ativa e dinâmica que a maior parte dos países da região, mas há muito espaço para o crescimento da sociedade civil, que segue longe do patamar de democracias plenas.
Nota do Brasil: 6,11
Média da América Latina: 5,46
Média mundial: 5,28

Liberdades civis

Apesar de naturalmente ainda haver muitas demandas legítimas no âmbito das liberdades civis, é inegável que o Brasil conquistou avanços muito significativos nessa área desde a redemocratização, atingindo patamares bem civilizados.
Nota do Brasil: 8,24
Média da América Latina: 7,07
Média mundial: 5,74

Efetividade do governo

A avaliação obtida nesse quesito corrobora a insatisfação generalizada da população com a eficiência dos serviços públicos prestados pelo Estado brasileiro. É impressionante, mas conseguimos ter um desempenho abaixo da média da América Latina, onde os países possuem serviços públicos reconhecidamente precários.
Nota do Brasil: 5,36
Média da América Latina: 5,4
Média mundial: 4,81

Cultura política

O debate público brasileiro ainda enfrenta dificuldades visíveis para a consolidação de uma cultura política baseada em valores de liberdade e democracia. Não é a toa que ainda precisamos conviver com partidos políticos, parlamentares influentes e membros do governo exaltando genocidas e torturadores. Além disso, outra grande dificuldade histórica do Brasil é a capacidade de renovação de lideranças, especialmente entre as cúpulas partidárias. O problema é tão grande que ficamos abaixo da média regional e mundial nesse quesito.
Nota do Brasil: 5
Média da América Latina: 5,26
Média mundial: 5,57
Esse desempenho medíocre é muito pouco. Precisamos consolidar o Brasil como uma democracia plena, buscando uma posição de liderança regional na defesa e implementação dos valores de liberdade e democracia para todos.