Sobre o sufrágio feminino, por Frederick Douglass

July 27, 2021

Tradução, introdução e notas de Felipe Prestes Batista.

Introdução

Ao longo de sua árdua luta abolicionista, o ex escravo e gigante abolicionista Frederick Douglass (1818-1895) travou contato pessoal com diversas mulheres abolicionistas, como por exemplo Elizabeth C. Stanton (1815-1902) e Susan B. Anthony (1820-1906), que, com a mesma força com que lutavam pelo fim da escravidão de negros, também lutavam por seus direitos, em especial o direito ao voto. Movido tanto pela gratidão para com estas sufragistas por seus apoios a causa abolicionista, quanto pela convicção sincera de que se mulheres são tão humanas quanto homens, isto já é suficiente para que elas tenham os mesmos direitos, e que estes direitos, tal como no caso dos homens, são direitos individuais, Douglass se engajou intensamente na causa das mulheres, tendo escrito dezenas de textos, participado de dezenas de eventos e proferido dezenas de discursos. No entanto, tal engajamento não ocorreu sem atritos, tendo Douglass os tido com as acima citadas em 1869, nas discussões quanto a 14º Emenda, sobre a quem primeiro se deveria reconhecer o direito ao sufrágio: mulheres ou homens negros, tendo as citadas optado pelas mulheres, e Douglass pelos homens negros.

Ainda assim, o feminista Douglass (e é coerente chama-lo assim pois no século XIX este termo servia para se referir a homens que atuavam nas causas femininas) apesar de pontuais desavenças pragmáticas, se manteve convicto quanto aos princípios, como se pode ler no discurso a seguir traduzido, proferido em 1888, em Washington, na convenção de fundação do Conselho Internacional das Mulheres (o qual alias existe até hoje, atuando na promoção de progressos na condição feminina ao redor do mundo), e publicado de forma escrita posteriormente no Woman’s Journal. Tal evento, realizado sob a liderança das já citadas Elizabeth C. Stanton e Susan B. Anthony, foi um dos grandes marcos na história do feminismo nos Estados Unido e no mundo.

O argumento básico do progressismo de Douglass nesta questão é exposto neste texto de forma clara e direta: o que homens podem fazer pelas mulheres é respeitar suas individualidades e a igualdade de direitos independente do sexo, dar a elas jogo limpo e deixá-las em paz, pois os avanços nesta direção, apesar de costumes e tradições universais, serão inevitáveis e também universais.

Sobre O Sufrágio Feminino

Sra. Presidenta [Elizabeth Cady Stanton], senhoras e senhores.

Eu chego a este palco com incomum desconfiança. Embora eu tenha me identificado há muito tempo com o movimento do sufrágio feminino, e sempre tenha falado a seu favor, estou um tanto desorientado quanto a saber o que dizer nesta ocasião realmente grande e incomum, onde tanto já foi dito.

Quando eu olho em volta nesta assembleia e vejo as muitas mulheres capazes e eloquentes, cheias de assunto, prontas para falar, e que só precisam de oportunidade para impressionar este público com suas visões e emocioná-lo com “pensamentos que respiram e palavras que queimam”[1] , eu não sinto vontade de ocupar mais do que um espaço muito pequeno de seu tempo e atenção, e não irei. Eu não pretendia, mesmo agora, falar, mas o farei, pela circunstância de minha ligação inicial com a causa, e por ter sido chamado a falar por alguém cuja voz neste Conselho todos nós obedecemos com prazer. Os homens têm muito poucos negócios aqui como palestrantes, de qualquer forma, e se eles vierem aqui, devem recuar e se enrolar em silêncio. Pois este é um Conselho Internacional, não de homens, mas de Mulheres, e a mulher deve ter toda a palavra nele. Este é o dia dela no tribunal. Não pretendo exaltar o intelecto da mulher acima do intelecto do homem, mas ouvi muitos homens falarem sobre esse assunto, alguns dos mais eloquentes dos quais se encontram em qualquer parte do país, e creio que nenhum homem, por mais dotado de pensamento e linguagem, pode expressar as injustiças e apresentar as demandas das mulheres com a habilidade e o efeito, com o poder e a autoridade da própria mulher. O homem atingido é o homem que clama. A mulher conhece e sente suas injustiças como o homem não pode conhecê-las e senti-las, e ela também sabe tão bem quanto ele pode saber quais são as medidas necessárias para corrigi-las. Eu concedo todas as reivindicações neste momento. Ela é sua melhor representante. Não podemos falar por ela, nem votar por ela, nem agir por ela, nem ser responsáveis por ela, e a coisa a ser feita pelos homens, sob essas premissas, é apenas sair do caminho dela e dar a ela a mais completa oportunidade de exercer todos os poderes inerentes à sua personalidade individual, e também dar a ela a mais completa oportunidade para que ela os exerça como ela mesma escolher os exercer. Seu direito de ser e fazer é tão completo e perfeito quanto o direito de qualquer homem na terra. Eu digo dela o mesmo que digo das pessoas de cor, “dê-lhes jogo limpo e deixe-as em paz”. Houve uma época em que, talvez, nós homens pudéssemos ajudar um pouco. Foi quando essa causa do sufrágio feminino estava em seu berço, quando não era grande o suficiente para andar sozinha, quando teve que ser levada nos braços de sua mãe de Seneca Falls, NY, para Rochester, NY[2], para o batismo. Então eu fui junto e ofereci meus serviços para ajudar, pois então precisava de ajuda, mas agora ela pode dar-se ao luxo de dispensar- me e todo o meu sexo. Então seus amigos eram poucos – agora seus amigos são muitos. Então era envolta em obscuridade – agora é erguida à vista de todo o mundo civilizado, e as pessoas de todas as terras e línguas dão seu apoio entusiasta. Verdadeiramente a mudança é vasta e maravilhosa.

Eu achava que meu olho de fé estava toleravelmente claro quando eu compareci àquelas reuniões em Seneca Falls e Rochester, mas ele estava distante e muito obscurecido para ver que no final de quarenta anos se teria um resultado tão imponente como este Conselho Internacional, e se veria Elizabeth Cady Stanton e Miss Anthony vivas e ativas em seus procedimentos. É claro que eu esperava estar vivo e não me surpreendo por me encontrar assim; para tal é, talvez, a presunção e arrogância comum ao meu sexo. No entanto, estou muito feliz em ver vocês [Elizabeth e Miss Anthony] aqui hoje e ver essa grande assembleia de mulheres. Fico feliz que você [Elizabeth] seja sua presidenta. Nenhum “boom” fabricado, ou artifício político, como fazer presidentes em outros lugares, fez de você presidenta dessa assembleia de mulheres nesta capital da nação. Você mantém o seu lugar por causa da aptidão eminente, e eu fico alegre de que sua vida e seus trabalhos pela causa da mulher sejam coroados com honra e glória. Isso eu digo apesar da advertência que nos foi dada pelo amigo da Srta. Anthony contra a admiração mútua. Podem haver algumas pessoas bem-intencionadas nessa audiência que nunca compareceram a uma convenção de sufrágio feminino, nunca ouviram um discurso de sufrágio feminino, nunca leram um jornal de sufrágio feminino, e que podem se surpreender que aqueles que falam aqui não discutam a questão. Pode ser gentil dizer-lhes que nossa causa passou para além do período de discussão. A demanda da hora não é argumento, mas asserção, afirmação firme e inflexível, afirmação que tem mais do que a força de um argumento. Se houver algum argumento a ser feito, ele deve ser feito por oponentes, não pelos amigos do sufrágio feminino. Que aqueles que querem discutir examinem o fundamento sobre o qual baseiam sua reivindicação ao direito ao voto. Eles descobrirão que não há uma razão, nem uma consideração, que eles possam fazer para apoiar a reivindicação do voto do homem, o que não apoia igualmente o direito da mulher de votar.

Há hoje, no entanto, uma razão especial para omitir argumentos. Este é o fim da década de luta do movimento de sufrágio feminino, uma espécie de jubileu que naturalmente volta nossas mentes para o passado.

Desde que este Conselho esteve em sessão, meus pensamentos foram se revertendo para o passado. Tenho pensado, mais ou menos, na cena apresentada há quarenta anos na pequena Igreja Metodista de Seneca Falls, a manjedoura em que nasceu este movimento organizado de sufrágio. Era uma coisa muito pequena na época. Não era grande o suficiente para ser abusada, ou sonora o suficiente para se fazer ouvir do lado de fora, e apenas alguns dos que a viam tinham noção de que aquela coisinha viveria. Estive também a pensar na forte convicção, na nobre coragem, na sublime fé em Deus e no homem que se exigia, naquele tempo, para pôr em marcha este sufrágio. A história do mundo nos deu muitos empreendimentos sublimes, mas nenhum mais sublime do que esse. Foi uma grande coisa para os amigos da paz se organizarem em oposição à guerra, foi uma grande coisa para os amigos da temperança se organizarem contra a intemperança, foi uma grande coisa para pessoas humanas se organizarem em oposição à escravidão, mas foi uma coisa muito maior, em vista de todas as circunstâncias, que a mulher se organizasse em oposição à sua exclusão da participação no governo. O motivo é óbvio. A guerra, a intemperança e a escravidão são males abertos, indisfarçados e palpáveis. Os melhores sentimentos da natureza humana se revoltam contra eles. Poderíamos facilmente fazer os homens verem a miséria, a degradação, o terrível sofrimento causado pela intemperança, poderíamos facilmente fazer os homens verem a desolação forjada pela guerra e os horrores sombrios da escravidão, mas o caso foi diferente quanto ao movimento pelo sufrágio feminino. Os homens tomavam por certo tudo o que se podia dizer contra a intemperança, a guerra e a escravidão. Mas tal vantagem não foi encontrada no início da causa do sufrágio feminino. Pelo contrário, tudo na condição da mulher deveria ser adorável, simplesmente como era e como deveria ser. Ela não tinha direitos negados, não há erros para corrigir. Ela mesma não tinha suspeitas, exceto de que tudo estava indo bem com ela. Ela flutuava na maré da vida, como sua mãe e avó haviam feito antes dela, como em um sonho do paraíso. Os erros da condição da mulher, se ela tivesse algum, eram ocultos demais para serem vistos, e leves demais para serem sentidos. Foi necessária uma voz ousada e uma mão determinada para despertá-la desse sonho delicioso e chamar a nação para dar conta dos direitos e oportunidades dos quais ela estava privando a mulher. Foi bem compreendido no começo que a mulher não nos agradeceria por perturbá-la por esse chamado ao dever, e era sabido que o homem nos denunciaria e nos desprezaria por uma inovação tão ousada sobre a ordem estabelecida das coisas. Mas isso não atrapalhou ou atrasou a palavra e o trabalho.

À essa distância do tempo daquela convenção em Rochester, e em vista da atual posição da questão, é difícil perceber a coragem moral necessária para lançar esse movimento indesejado. Qualquer homem pode ser corajoso quando o perigo acaba, vai para frente quando não há resistência, regozija-se quando a batalha é travada e a vitória é conquistada, mas não é tão fácil aventurar-se em um campo sendo-se inexperiente, e com metade do mundo inteiro contra você, como essas mulheres fizeram.

Então quem somos nós (porque eu me incluo neste meio), os que fizeram isso? Nós éramos poucos em números, moderados em recursos e muito pouco conhecidos no mundo. O máximo que tivemos para elogiarmo-nos foi a firme convicção de que tínhamos razão e a firme fé de que o direito deve prevalecer no final. Mas o caso foi bem considerado. Não deixe ninguém imaginar que o passo foi dado de forma imprudente e impensada. A Sra. Stanton havia pensado nisso pelo menos seis anos antes de declará-lo na convenção de Rochester. Caminhando com ela da casa de Joseph e Thankful Southwick [3] , duas das pessoas mais nobres que conheci, a Sra. Stanton, com uma seriedade que jamais esquecerei, desdobrou sua visão sobre essa questão feminina exatamente como ela fizera neste Concelho. Essas coisas foram há quarenta e seis anos, e não foi até seis anos depois que ela se aventurou a fazer sua formal e pronunciada e pioneira demanda pela cédula [4] . Ela tinha, como eu disse, considerado bem, e sabia algo sobre qual seria o custo da reforma que ela estava inaugurando. Ela conhecia o ridículo, a rivalidade, as críticas e as amargas difamações que ela e suas colegas de trabalho teriam que enfrentar e suportar. Mas ela viu com mais clareza do que a maioria de nós que o ponto vital a ser destacado, e aquele que incluía todos os outros, era a cédula, e ela disse corajosamente esta palavra. Não era necessário apenas quebrar o silêncio da mulher e fazer sua voz ser ouvida, mas ela teve que ter uma medida clara, palpável e abrangente diante dela, digna de sua mais alta ambição e de seus melhores esforços, e por isso a demanda pela cédula foi feita prioridade.

Há poucos fatos em minha humilde história, dos quais me lembro com mais satisfação do que o fato, registrado na história do movimento de sufrágio de mulheres, de que eu estava suficientemente esclarecido naquele dia, apenas alguns anos depois da escravidão [5] , a apoiar a sua resolução para o sufrágio feminino. Eu tenho feito muito pouco neste mundo para receber glórias, exceto este único ato – e eu certamente me gloriarei dele. Quando fugi da escravidão, era para mim mesmo, quando defendi a emancipação, era para o meu povo, mas quando defendi os direitos da mulher, eu estava fora da questão e encontrei um pouco de nobreza no ato.

Ao estimar as forças com as quais este sufrágio teve que competir durante esses quarenta anos, deve ser lembrado que relações de longa data geram um caráter a favor delas nas partes consideradas. O tempo em si é um poder conservador – um poder muito conservador. Uma sacudida de suas mechas às vezes paralisa a mão e paralisa a língua do reformador. A relação do homem com a mulher tem a vantagem de nos dizer o que sempre foi e sempre será, por todo o mundo. Mas já ouvimos esse velho argumento antes e, se vivermos muito tempo, ouviremos novamente. Quando qualquer erro antigo for atacado e qualquer abuso antigo tiver que ser removido, encontraremos esse mesmo velho argumento. O homem tem sido tanto tempo o rei e a mulher a súdita – o homem está há tanto tempo acostumado a comandar e a mulher a obedecer – que ambas as partes da relação foram endurecidas em seus respectivos lugares, e assim foi empilhada uma montanha de ferro contra a emancipação da mulher.

A mesma coisa nos confrontou em nossos conflitos contra a escravidão. Há muitos anos, Henry Clay [6] disse, no plenário do Senado Americano: “Sei que existe um dogma visionário de que o homem não pode ter propriedade no homem”, e, com um sobressalto de desafio, ele disse: “Essa é a propriedade [o escravo] que a lei faz propriedade. Duzentos anos de legislação sancionaram e santificaram os escravos negros como propriedade”. Mas nem o poder do tempo nem o poder da legislação foram capazes de manter a vida daquela barbárie estupenda.

A universalidade do governo do homem sobre a mulher é outro fator na resistência ao movimento de sufrágio feminino. Somos apontados para o fato de que os homens não apenas sempre governaram as mulheres, mas que eles o fazem em todos os lugares, e eles facilmente pensam que uma coisa que é feita em todo lugar deve estar certa. Embora a falácia desse raciocínio seja transparente demais para precisar de refutação, ela ainda exerce uma influência poderosa. Até mesmo nosso bom Irmão Jasper [7] ainda acredita, como a antiga Igreja, que o Sol “se move”, apesar de todos os astrônomos do mundo estarem contra ele. Um ano atrás eu estava no Pincio [8]

em Roma e testemunhei a inauguração da estátua de Galileu [9] . Foi uma visão imponente. Em nenhum momento antes, Roma tinha estado livre o suficiente para permitir que tal estátua fosse colocada dentro de seus limites. Está agora lá, não com a aprovação do Vaticano. Nenhum padre participou das cerimônias. Foi tudo trabalho de leigos. Um ou dois padres passaram pela estátua com os olhos desviados, mas as grandes verdades do Sistema Solar não estavam zangadas com isto, e o mesmo será verdade quando a mulher for vestida, como ainda será, com todos os direitos da cidadania americana.

Todas as boas causas são mutuamente úteis. Os benefícios resultantes deste movimento pela igualdade de direitos da mulher não estão confinados ou limitados apenas à mulher. Eles serão compartilhados por todos os que se esforçam para promover o progresso e o bem-estar da humanidade em todos os lugares e em todas as épocas. Foi um exemplo e uma profecia do que pode ser feito contra forças fortemente opostas, contra os abusos do tempo sagrado, contra o erro profundamente enraizado, contra o que está em uso em todo o mundo, e contra a decisão firme de todos no mundo, dado por algumas mulheres sinceras, vestidas apenas com o panóplia [10] da verdade e determinadas a viver e morrer naquilo que consideravam uma causa justa.

Não esqueço a observação cuidadosa de nossa presidenta no discurso de abertura deste Conselho Internacional, lembrando-nos da incompletude do nosso trabalho. A observação foi sábia e oportuna. No entanto, ninguém pode comparar o presente com o passado, os obstáculos que então nos opuseram e as influências que agora nos favorecem, ou comparar o encontro na pequena capela metodista há quarenta anos, e o Concelho neste vasto teatro hoje, sem admitir que a causa da mulher já é um sucesso brilhante. Mas, por mais que isso possa ser e o que quer que o futuro possa ter reservado para nós, uma coisa é certa – essa nova revolução no pensamento humano nunca voltará atrás. Quando uma grande verdade uma vez chega ao mundo, nenhum poder na Terra pode aprisioná-la, prescrevê-la ou reprimi-la. Está em direção a continuar até se tornar o pensamento do mundo. Tal verdade é o direito da mulher a igual liberdade a do homem. Ela nasceu com isso. Era dela antes que ela compreendesse isso. Está inscrita em todos os poderes e faculdades de sua alma, e nenhum costume, lei ou uso pode jamais destruí-la. Agora que se fixou razoavelmente nas mentes de poucos, está destinada a fixar-se nas mentes de muitos e a ser finalmente apoiada por uma grande nuvem de testemunhas [11] , que nenhum homem pode contar e nenhum poder pode suportar.

As mulheres que até agora mantiveram essa agitação já incorporaram e ilustraram os três graus de grandeza humana de Theodore Parker [12] . O primeiro é a grandeza na capacidade executiva e administrativa, o segundo, a grandeza na capacidade de organizar, e, em terceiro lugar, a capacidade de descobrir a verdade. Onde quer que esses três elementos de poder sejam combinados em qualquer movimento, há um motivo razoável para acreditar em seu sucesso final, e esses elementos de poder se manifestaram nas mulheres que tiveram o movimento em mãos desde o início. Eles são vistos na ordem que caracterizou os procedimentos deste Conselho. Eles são vistos em profundidade e são vistos na fervorosa eloquência e sincera seriedade com que as mulheres advogam sua causa. Eles são vistos na profunda atenção com que a mulher é ouvida em seu próprio nome. Eles são vistos no crescimento constante e na marcha progressiva do movimento, e eles serão vistos no triunfo final da causa da mulher, não só neste país, mas em todo o mundo.

Extraído de https://www.blackpast.org/african-american-history/1888-frederickdouglass-woman-suffrage/.

Notas:

1. “Poemas são pensamentos que respiram e palavras que queimam”. Famosa frase do poeta e romancista inglês Thomas Gray (1716-1771).

2. Famosas convenções realizadas numa pequena igreja metodista na cidade de Seneca Falls, em julho de 1848, e outra realizada em Rochester, em agosto do mesmo ano, ambas sob a liderança de Elizabeth C. Stanton, e com participação pessoal de Douglass, em prol do sufrágio feminino e da igualdade de direitos. Da Convenção de Seneca Falls resultou a famosa Declaração dos Sentimentos, importante documento da história do feminismo.

3. Joseph Southwick (1791-1866) e Thankful Southwick (1792-1867), casal de importantes quacres abolicionistas americanos.

4. Considere “cédula” sinônimo de voto, tendo em vista que nos Estados Unidos, já há muito tempo, a votação é feita através de cédulas eleitorais.

5. A Convenção de Seneca Falls foi realizada em 1848, em torno de 10 anos após a fuga de Douglass da escravidão, em 1838.

6. Henry Clay (1777-1852), foi um famoso senador norte americano, que defendeu a manutenção da escravidão.

7. John Jasper (1812-1901), um negro nascido escravo, que depois se tornou membro da Igreja Batista. Escreveu um famoso sermão chamado “O Sol Se Move”, no qual argumenta que a Bíblia demonstra que o Sol se move ao redor da Terra.

8. Píncio é uma das colinas de Roma, localizada ao norte do Quirinal e a leste do Campo de Marte. Diversas vilas e jardins ocupam ainda hoje o local.

9. Galileu Galilei (1564-1642), físico italiano, considerado o pai da astronomia moderna, tendo sido perseguido pela Santa Inquisição por contrariar a Igreja Católica e defender que a Terra girava em torno do Sol e não o contrário, o que no fim das contas se comprovou.

10. Armadura militar utilizada na Antiguidade por soldados gregos.

11. Referência a Hebreus 12:1.

12. Theodore Perker (1810-1860), foi um grande orador transcendentalista, unitarista e abolicionista, cujos discursos inspiraram de Abraham Lincoln (1809-1865) a Martin Luther King (1929-1968).