Oposição efetiva ao bolsonarismo precisa ser consistente
February 3, 2021
Jair Bolsonaro representa a antítese do liberalismo. Não se trata de uma novidade. Essa afirmação é um marco fundador da transformação do Livres em movimento suprapartidário. Se dependesse exclusivamente de nossa vontade, um político que representa o saudosismo da ditadura, o elogio de torturadores e o mais atrasado estatismo jamais ocuparia a Presidência da República.
Em janeiro, a catástrofe de Manaus chocou o Brasil e setores expressivos da sociedade voltaram a se movimentar em torno de um possível processo de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro. Nesse contexto, o Livres decidiu consultar seus associados a respeito do tema:
- 75% defendem uma adesão imediata do Livres à campanha pelo impeachment;
- 21% defendem, antes disso, um aprofundamento do combate aos abusos presidenciais através de outros instrumentos;
- Apenas 4% dos nossos associados acredita que o foco de atuação do movimento deveria ser outro;
Debatemos os resultados da consulta em reuniões com mandatários e conselheiros ontem, um dia após importantes vitórias da articulação política do governo nas disputas das presidências da Câmara e do Senado.
Apesar do projeto autoritário do bolsonarismo, o fato é que, felizmente, nós vivemos em uma democracia liberal. No sistema das liberdades políticas, ser eleito nas urnas confere um mandato específico, devidamente limitado nos termos da lei, mas jamais um passe livre para o abuso.
A omissão e a impunidade são inimigas da estabilidade e do progresso. Para conter o poder arbitrário, a democracia liberal é constituída por instituições que atuam em dinâmica de pesos e contrapesos.
As instituições devem ser fortalecidas em suas responsabilidades constitucionais. Quando as conveniências políticas levam à acomodação das autoridades, é dever da sociedade civil pressioná-las para que cumpram seu papel. Diante da realidade que se impõe, este precisa ser e será o papel do Livres e dos deputados associados da Bancada da Liberdade.