Por que somos tão improdutivos

June 19, 2023

Economia

Artigo publicado originalmente na Folha de S. Paulo.

Na semana passada, a prestigiosa revista inglesa The Economist publicou uma reportagem em que se perguntava “por que os trabalhadores latino-americanos são tão surpreendentemente improdutivos”. Como costuma acontecer, eles foram ao que interessa. A compreensão do subdesenvolvimento brasileiro passa por conseguir descrever e entender nossa improdutividade. Uma hora trabalhada no Brasil gera um quinto de uma hora trabalhada nos Estados Unidos.

Nos últimos 30 anos, a academia avançou bastante na compreensão das razões da baixa produtividade. Na chamada do texto, a Economist parecia jogar boa parte da responsabilidade pelos problemas de produtividade da América Latina sobre os trabalhadores locais —uma opção editorial que gerou mal-estar e protestos.

Esta é de fato a primeira questão a ser respondida: quanto da baixa produtividade se encontra embutida no trabalhador? E quanto depende do entorno, isto é, da qualidade da gestão das empresas e das instituições que estabelecem a regulação das relações das empresas com elas mesmas e com o Estado, além das regras que estabelecem o funcionamento do Estado?

O estudo “Capital humano e contabilidade de desenvolvimento: novas evidências dos ganhos de salários com a emigração”, publicado em 2018 no excelente Quarterly Journal of Economics, tenta identificar o peso das qualidades embutidas no trabalhador para o diferencial de produtividade de cada país. Faz isso a partir da observação do ganho de salário que trabalhadores de outras partes do mundo têm ao migrar para os Estados Unidos.

A ideia é que, ao emigrar, o trabalhador carrega consigo todas as suas habilidades, conhecimento e características embutidas, que passam, no entanto, a se relacionar com o entorno da economia americana. Se o ganho de salário ao migrar for muito grande, o peso do entorno será maior do que o peso das características embutidas no trabalhador. E vice-versa, se o ganho de salário ao migrar for pequeno.

A inovação do estudo foi ter acesso a bases de dados com a observação de muitas características do mesmo trabalhador antes e após a imigração. Em particular, sua qualificação, onde trabalhava e que renda recebia —todas essas informações no país de origem, antes de emigrar. As estimativas sugerem que os fatores embutidos no trabalhador explicam 50% da diferença de produtividade. Os fatores embutidos são as habilidades cognitivas e as habilidades socioemocionais que afetam a produtividade de cada pessoa. Ambas dependem de uma escolarização básica de qualidade.

Se metade da baixa produtividade está embutida no trabalhador, a outra metade é causada pelo entorno. O primeiro item a destacar na lista “entorno do trabalhador” são as práticas de gestão das empresas. O professor de Stanford Nicholas Bloom tem documentado, nas últimas décadas, que as práticas de gestão variam muito entre diferentes economias e que essas práticas estão fortemente correlacionadas com medidas de produtividade das empresas. Variações na gestão se correlacionam com variações de produtividade de mais de 50%.

A princípio, seria razoável esperar que as empresas menos produtivas fechassem as portas, como resultado da competição com as concorrentes mais capazes, mas não é isso o que se constata. Há muita má alocação de capital e trabalho que persiste, e um conjunto incrível de empresas ineficientes costuma sobreviver nos países mais pobres.

Não há ainda um consenso dos efeitos quantitativos sobre a produtividade da má alocação do trabalho e do capital em unidades produtivas ruins, mas, após década e meia de muita pesquisa, parece ser conservador considerar números da ordem de 25% de perda de produtividade. Isto é, se considerarmos um setor da indústria bem delimitado —por exemplo, produção de ladrilhos para construção civil—, a produtividade nos EUA é pelo menos 25% maior simplesmente porque lá capital e trabalho estão alocados em geral em empresas mais produtivas.

Evidentemente as causas aqui elencadas —péssima qualidade da rede pública de educação básica, gestão ruim das empresas e má alocação do investimento— resultam de regras, instituições ruins e de um mau funcionamento do setor público. Temas para outras colunas.

O leitor atento deve ter notado que carência de capital físico e especialização setorial não foram considerados como fatores relevantes. É porque, de fato, não são. Também aprendemos isso nas últimas décadas.

Desafios e Perspectivas da Produtividade na América Latina: Uma Análise Abrangente

A produtividade dos trabalhadores latino-americanos tem sido objeto de discussão acalorada, e recentemente, a prestigiada revista inglesa The Economist lançou luz sobre essa questão, indagando por que os trabalhadores na região são percebidos como surpreendentemente improdutivos. Esta reflexão vai além de uma mera observação, pois se revela crucial para compreender o subdesenvolvimento brasileiro, onde uma hora de trabalho gera apenas um quinto do tempo de trabalho nos Estados Unidos.

A busca pela melhoria da produtividade na América Latina deve abordar tanto as características intrínsecas dos trabalhadores quanto o ambiente de trabalho, com um foco especial nas práticas de gestão empresarial. Além disso, a alocação eficiente de recursos deve ser uma prioridade para maximizar a produtividade em setores específicos. A compreensão desses fatores complexos é essencial para orientar políticas e estratégias que impulsionem o desenvolvimento econômico sustentável na região.

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