Partidos precisam entender o recado dos movimentos

July 24, 2019

“Muitas formas de Governo foram e ainda serão testadas neste mundo de pecados e infortúnios. Ninguém pretende que a democracia seja perfeita ou de plena sabedoria. De fato, já foi dito que ela é a pior forma de governo, salvo todas as outras que já foram testadas de tempos em tempos…” (Winston Churchill, 1947).

Quando reli esse trecho de uma fala do ex-primeiro ministro inglês, lembrei-me da Tabata Amaral. Corajosa, independente, consciente, votou com personalidade na reforma da Previdência. Por defender o que achava certo, foi atacada. Diante de um efeito contrário aos ataques, que apenas engrandeceram sua posição, passaram, então, a atacar os movimentos de renovação política.

Movimentos democráticos, abrangentes, cada um com sua característica, suas bandeiras e propósitos. Movimentos que buscaram espaços políticos onde entendiam poder defender suas ideias de forma democrática e sadia, trazendo ares de renovação onde ainda parece, por vezes, faltar oxigênio: os partidos.

Talvez passados mais de 30 anos da redemocratização, os próprios partidos estejam, ainda, entendendo o seu papel. Queremos que partidários pensem de forma idêntica, ou que evoluam dentro de valores e princípios compartilhados? Eu mesmo sou um orgulhoso membro do Livres e do Convergência, já me inscrevi no RAPS, admiro a iniciativa do RenovaBR, Acredito e Movimento Agora, dentre tantos outros que têm contribuído para renovar, oxigenar e enriquecer a política partidária.

Os partidos precisam entender o recado dos movimentos e da sociedade: somos agentes pensantes e queremos um ambiente livre, democrático e plural para o debate de ideias. Isso não significa ignorar valores e princípios partidários. Haverá, naturalmente, preferências de cada um que se aventurar no palco da política por partido A ou B. Mas isso não deve significar a ausência de pensamento crítico.

Alinhar-se a valores e princípios partidários é saudável, desde que não se esqueça das próprias ideias, e não se deixe de defendê-las com o coração aberto a ouvir, desejando, por óbvio, reciprocidade. Não nos esqueçamos do porquê estamos todos aqui: habitamos as mesmas cidades, estados e país.

Somos frutos da mesma grandeza e vítimas dos mesmos infortúnios. Que tal, então, trabalharmos juntos, com respeito mútuo, divergências saudáveis e debates enriquecedoramente acirrados?

Contem comigo!