Liberdade de imprensa e democracia, por Gabriel Azevedo

February 5, 2019

A democracia não é algo pronto, construído, definitivo. Pelo contrário, é um ente vivo, que cresce, passa por transformações, sofre revezes, necessita de cuidados. Ao longo da história, vimos inúmeros regimes democráticos avançarem, conquistarem envergadura e, depois, passarem por um período de decadência, definharem e quase desaparecerem. Alguns conseguiram se reerguer, outros permanecem estagnados e há também os que foram dominados pelo totalitarismo e se transformaram em ditaduras.

Neste cenário, os países que conseguiram preservar a democracia e consolidá-la ao longo dos anos têm em comum a defesa intransigente da liberdade de imprensa e o respeito integral à livre manifestação de opinião. São dois elementos fundamentais à solidificação da democracia, que devem ser protegidos e assegurados. Neste momento em que a imprensa, em razão dos avanços tecnológicos e da disseminação de fake news, torna-se mais frágil, mais suscetível à ação de quem deseja controlar a difusão da verdade, é preciso, mais que nunca, unir forças e não ceder terreno aos quem pretendem sufocar a livre circulação de informações e ideias.

Por tudo isso, foi com muita alegria que aceitei o convite de O Tempo para ocupar o espaço dessa coluna uma vez por semana, falando sobre política e, principalmente, incentivando o exercício cotidiano da democracia brasileira, jovem e ainda incipiente. Aos leitores que me concederem o prazer de sua companhia nesse importante jornal, me comprometo na defesa das boas práticas da política, que têm como prioridades o interesse público e ações que realmente possam melhorar as condições de vida da população. Também asseguro que, como jornalista que sou, as opiniões e informações que eu aqui manifestar terão como parâmetros o código de ética da profissão e o integral respeito à verdade.

Assim tem sido minha atuação desde que assumi meu mandato na Câmara Municipal de Belo Horizonte, em janeiro de 2017, eleito por 10.185 votos. Disputei a eleição abrigado no PHS, partido com o qual tenho uma cláusula de independência que me assegura total liberdade no exercício do mandato. Sempre defendi as candidaturas independentes, mecanismo que o Brasil insiste em não implementar. A cláusula de independência foi a forma que encontrei para ingressar na política sem abrir mão de meus princípios e ideais.

Além da independência partidária, nestes dois primeiros anos como vereador de Belo Horizonte procurei tornar meu mandato cada vez mais democrático, transparente e participativo. Criei um aplicativo, “Meu Vereador”, por meio do qual os usuários têm acesso aos gastos do meu gabinete, podem agendar reuniões comigo e com minha equipe de colaboradores, notificar problemas na prestação de serviços públicos na capital e definir como devo votar nos projetos em tramitação da Câmara Municipal, além de outras funcionalidades.

A parceria que hoje inicio com vocês nas páginas de O Tempo será uma tribuna livre para o intercâmbio de ideias, sempre com foco no respeito mútuo e, faço questão de reafirmar, na difusão de proposições que visem fortalecer a democracia. São estes os sentimentos que me levaram a participar dessa iniciativa editorial do jornal, que abre espaço para a pluralidade de ideias e livre manifestação de pensamento, como deve ser o papel da imprensa. Muito obrigado e até a semana que vem.