“Ser trans e liberal é sofrer preconceito duplamente”, diz Mariana Valentim

A arquiteta Mariana Valentim, associada e membra da Setorial LGBTI+ do Livres, falou nesta terça-feira (14) em entrevista à Folha de São Paulo sobre os avanços e retrocessos da defesa dos direitos LGBTI+ dentro e fora do movimento liberal.

As pautas pró-minorias por muito tempo foram carregadas pela esquerda no Brasil, mas Mariana quer mudar esse estigma. “Os partidos de esquerda começaram a defender as pautas identitárias a partir da redemocratização porque os liberais estavam ausentes do debate público por causa de liberistas que participaram da ditadura e desvirtuaram o sentido político da filosofia liberal”, destaca.

Uma das maneiras de inserção de transsexuais na sociedade é através do mercado de trabalho e Mariana vai além. “A maior parte das pessoas trans, por exemplo, está fora do mercado formal. Mais ou menos 90% estão em subemprego e prostituição. Mas não basta uma empresa aceitar contratar, é preciso que criem um ambiente em que as pessoas não sintam preconceito ao trabalhar”, afirma.

Dentro do meio liberal ainda há resistência, segundo a arquiteta. “Ainda é um movimento dominado por homens brancos, cisgêneros”, provoca. Mas ela também ressalta os avanços, como a decisão do STF que acabou com o veto à doação de sangue por gays, pauta que foi bandeira do Livres.

Confira a entrevista na íntegra aqui.