“São pessoas de grandes proatividades, muito resistentes e persistentes”, diz Liza Simões sobre empreendedores de favela em live do Livres

June 3, 2020

No LivresMercado dessa semana, Liza Simões e Hugo Miranda, membros do Investe Favela, trataram sobre como funciona o empreendedorismo nas comunidades.

A empreendedora conta como é a sua experiência com o projeto:

“De acordo com a minha experiência, são pessoas muito proativas, que não desistem nunca. Qualquer desafio posto à frente deles só as fazem crescer ainda mais, e enxergar novos meios de como agir dentro de um cenário que é completamente desproporcional às viabilidades. São pessoas de grandes proatividades, muito resistentes e persistentes. Exemplos de superação e perseverança”, diz Simões.

Hugo Miranda, que foi um dos beneficiados pelo Investe Favela e hoje é dono do método de pagamento Silicon Pay, conta como é o empreendedor da favela, sendo ele mesmo um:

Empreendedor de favela é o cara que topa fazer coisa lícita pra ganhar dinheiro. Ao contrário do que a gente sempre pensa, que o cara na comunidade vai pender a ir pro lado errado, muito pelo contrário – 99,9% vai pro lado certo, e só quer dar um jeito de poder trazer sustento. Geralmente, o perfil que eu traço dos empreendedores das comunidades são: ótimos vendedores, pessoas extremamente articuladas, e que se adequam às necessidades que vão aparecendo. É um perfil quase unânime”.

Miranda também se reservou a explicar a importância do Investe Favela, em especial diante de uma relação conflituosa e burocrática dos bancos com os empreendedores das comunidades:

“Eu empreendo nas favelas porque eu vejo uma oportunidade muito grande, infelizmente, na falta de desenvolvimento que ali está. Atender ao shopping bom todo mundo quer; agora, quando é para ajudar as comunidades subdesenvolvidas, todos viram a cara. Os bancos deixam pessoas que possuem faturamento, que teriam tudo para terem formalidade, devido a um país extremamente burocrático e desigual, a terem restrições. Elas não aprenderam a se formalizar, não tiveram capital de giro pra iniciar, e o banco só não as ajuda. Só que, pra nós, um faturamento de 30 mil reais é muito valioso. Só que, para o banco, com 30 mil o empreendedor é literalmente ignorado. O que a gente faz? A gente abraça esse cara”, diz o empresário.

Assista à live gravada aqui: