Em protesto, Livres vai presentar vereadores do Recife com canetas e blocos de anotação comprados a preços populares

December 3, 2021

Ação

A licitação aberta pela Câmara Municipal do Recife para aquisisção de “kits executivos personalizados” ao custo de R$ 279 mil gerou forte repercussão negativa na cidade. Entre os itens exigidos, estavam mochilas de couro legítimo, blocos de anotações e canetas no “modelo Crown Polaris”.

As manifestações de reprovação ao certame resultaram na suspensão do ato pelo legislativo municipal, que divulgou nota informando que a compra dos referidos itens já era prática da Câmara, mas que foi revista diante do atual momento vivido pelo país. Diante do exposto, integrantes do movimento Livres vão entregar, na próxima segunda-feira (6), um kit com caneta e bloco de notas populares, comprados ao valor de R$ 1.98 cada, para cada um dos parlamentares da casa.

Liderança do movimento e coordenador da ação, o professor Thiago Silva ressalta a importância simbólica do ato. “Precisamos escancarar a gravidade de uma licitação como essa, que nunca deveria ter existido e que não pode se repetir”, afirmou. “Se os itens exatamente a mesma utilidade pode ser comprado por um preço extremamente menor, fica claro que o que os vereadores não querem boas condições de trabalho, mas sim ostentação às custas do sofrimento do povo”.

Para Karla Falcão, coordenadora de relações institucionais do movimento, o desafio de combater privilégios na Câmara precisa ir além de compras pontuais, a exemplo da licitação para compra de celulares de luxo, suspensa em julho, e dos kits executivos. “Em 2013, na surdina, os vereadores aumentaram o auxílio alimentação de R$ 3 mil para R$ 4.5 mil”, destacou. “O Livres, junto a outros movimentos fez ações que tiveram repercussão nacional e o aumento caiu. Mas o privilégio continua existindo e é um perfeito exemplo de como precisamos continuar vigilantes”.