Coronavírus: 10 casos em que o mercado ajuda mais que o presidente

March 18, 2020

Em meio a maior pandemia enfrentada por nossa geração, Jair Bolsonaro não se porta como Presidente da República. Pior: Bolsonaro não se porta sequer como um adulto. Enquanto governos de todo mundo coordenam gabinetes de crise e lideram medidas duras para conter o avanço da doença, Bolsonaro se recusou a participar de videoconferência sobre a integração de esforços regionais com outros presidentes sulamericanos e se ausentou da reunião com chefes de poderes, sendo representado apenas pelo ministro da saúde cujo bom trabalho ele insiste em boicotar.

No lugar de participar dos esforços pela contenção do vírus, Bolsonaro prefere negar a ciência e classifica a situação como uma histeria. Contrariando as recomendações médicas, o presidente não apenas incentivou a aglomeração de pessoas, como cumprimentou eleitores e ainda prometeu dar uma “festa tradicional” para celebrar seu aniversário.

Para compensar a absoluta irresponsabilidade do nosso chefe de Estado, precisamos ainda mais do amplo engajamento da sociedade civil. Para inspirar você a aderir às recomendações das autoridades de saúde, reunimos 10 exemplos da livre-iniciativa atuando em favor do bem de todos nós.

1. Associação Brasileira de Supermercados – Abras

A associação que reúne as empresas do setor de supermercados criou um comitê de crise para instituir práticas que evitem a disseminação do vírus e monitorar a situação de abastecimento das lojas. Não há risco de desabastecimento e, portanto, a orientação é que as pessoas busquem manter o padrão normal de compras, não sendo necessário que as famílias façam estoque de comida e outros produtos essenciais.

2. Ambev

A maior cervejaria brasileira decidiu usar sua fábrica em Piraí/RJ para produzir 500 mil unidades de álcool gel, item essencial na prevenção ao vírus. O material será distribuído em lotes de 5 mil unidades em todos os hospitais da rede pública de São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal. “Nesse momento tão delicado da disseminação do Covid-19, resolvemos nos unir pra pensarmos juntos como ajudar nosso país”, disse o CEO Jean Jeressain.

3. Companhia Nacional do Álcool

A CNA é a maior empresa de produção de álcool em gel do Brasil. No final da semana passada, decidiu aumentar a sua produção – de 120 mil para 6 milhões de frascos de 400g por mês, com força de trabalho ampliada em 50%, sem interrupções, a fim de atender ao abrupto aumento na procura por álcool em gel.

4. Facebook

A maior rede social do mundo anunciou que irá realizar um investimento de U$ 100 milhões para ajudar em torno de 30 mil pequenas empresas, de mais de 30 países diferentes, que serão prejudicadas por conta do coronavírus. “Nas últimas semanas, vimos exemplos inspiradores de pessoas e grupos se ajudando mutuamente. O mundo todo está se mobilizando, enfrentando o enorme desafio à nossa frente. E nós também queremos fazer a nossa parte”, disse a empresa em nota oficial.

5. Google, Microsoft & Zoom

Com a recomendação generalizada para o trabalho em home-office de praticamente todas as empresas em que isso é possível, as grandes plataformas de conferência online resolveram liberar suas principais ferramentas de videoconferência e produtividade de forma gratuita e estão reforçando sua infraestrutura para dar conta do aumento da demanda.

6. IBM

A gigante da tecnologia resolveu engajar seus líderes técnicos e de indústria na ajuda a agências governamentais e de saúde para monitorar o surto pelo mundo. O supercomputador Summit da IBM está ajudando pesquisadores do Departamento de Energia dos EUA a identificar compostos de drogas que podem desativar o coronavírus.

7. Uber & 99

A 99 inseriu orientações de combate a doença na tela inicial do seu aplicativo. Além disso, criou um fundo especial de US$ 10 milhões para apoiar os motoristas parceiros da empresa que forem diagnosticados com coronavírus. Eles poderão solicitar uma ajuda financeira equivalente à renda gerada por ele na plataforma nos 28 dias anteriores à data da solicitação. Já a Uber também resolveu prover auxílio financeiro a motoristas diagnosticados com a Covid-19. Eles receberão recursos equivalentes ao valor médio apurado no aplicativo pelos últimos seis meses. Além disso, a empresa também está disponibilizando insumos de limpeza e instruções para que os motoristas parceiros mantenham os carros esterilizados. Saiba mais aqui.

8. Rappi & iFood

Para garantir a segurança dos entregadores e clientes, a Rappi adotou um novo método de entrega: a chamada “sem contato”. Além de prover álcool em gel 70%, desinfetantes e máscaras aos entregadores, a prática agora é diferente: o pedido deve ser deixado na porta, impedindo o contato. O iFood também está orientando a entrega sem contato. A empresa criou um fundo de R$ 1 milhão para atender os entregadores em quarentena. “A orientação ao entregador que tenha suspeita ou confirmação do COVID-19 é que siga todas as recomendações de saúde transmitida pelos órgãos públicos e, assim que possível, comunique ao iFood pelos canais de atendimento. Os detalhes sobre o fundo solidário serão definidos e anunciados em breve”, diz a empresa.

9. Telecine, WaltDisney, Globoplay, Claro, Vivo & Oi TV

Para ajudar as pessoas a enfrentar a maratona de quarentena sem sair de casa, as provedoras de TV a cabo e canais de streaming resolveram abrir o sinal de canais fechados e filmes por demanda mesmo para não assinantes. A rede Telecine liberou seus canais de filme; o grupo Bandeirantes abriu o sinal dos canais Arte1, BandNews, BandSports e TerraViva; no caso da Disney, os sinais estão abertos para Disney Channel, Nat Geo Kids, ESPN, FOX e National Geographic; na Globoplay, o foco foi para a programação de conteúdo infantil.

10. Febraban

Até mesmo a Federação que reúne os maiores bancos do país anunciou na segunda-feira que vai aceitar renegociar dívidas com pessoas físicas, micro e pequenas empresas que tiverem seu faturamento afetado pela crise do Coronavírus. Em nota, a federação de bancos Febraban afirmou nesta segunda-feira que as cinco maiores instituições que operam no país –Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Santander, Itaú e Bradesco– estão abertas e comprometidas em atender pedidos de prorrogação, por 60 dias, dos vencimentos de dívidas de pessoas físicas e de micro e pequenas empresas para os contratos vigentes em dia e limitados aos valores já utilizados.

Faça a sua parte você também

Estamos enfrentando um desafio de saúde pública para a humanidade. Esse é um momento em que precisamos atuar juntos para vencer essa pandemia. As dificuldades serão imensas, mas cada um de nós pode fazer a nossa parte. Além de seguir as recomendações das autoridades de saúde e sair de casa o mínimo possível, veja de que forma você pode entrar nessa corrente de cooperação.

Se você usa rotineiramente serviços de profissionais autônomos (como faxineiras, cozinheiros, jardineiros ou empregados domésticos no geral) e tiver condições de fazer isso, permita que fiquem em casa e mantenha a remuneração. O Brasil possui uma grande massa de trabalhadores em condição de informalidade, muitas vezes sem nenhuma reserva financeira e que até o momento não possuem nenhum auxílio oficial do governo, mas precisam continuar pagando suas contas para sobreviver.

Se você não se encaixa nesse grupo, mas é jovem, saudável e mora em um condomínio onde há presença de idosos ou outros vizinhos que pertencem ao grupo de risco, se coloque a disposição para ajudá-los nas necessidades básicas para que não precisem se expor ao risco de contaminação em supermercados, farmácias ou padarias.

Juntos e com amor à liberdade alheia iremos vencer esse momento.