Bolsonaro cancela compra de vacina para novo coronavírus

O presidente Jair Bolsonaro cancelou a compra de 46 milhões de doses da CoronaVac, vacina contra a covid-19 que está sendo desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. A compra foi registrada pelo ministro da Saúde Eduardo Pazuello na terça-feira (19) em um ofício enviado ao instituto.

O investimento seria de R$ 2,6 bilhões e estaria vinculado à aprovação da vacina pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Após o presidente desautorizar Pazuello, o ministro afirmou em uma reunião com governadores que houve uma “interpretação equivocada” do que ele havia dito.

Na manhã de hoje (21), Bolsonaro afirmou que “toda e qualquer vacina está descartada por enquanto. A vacina precisa de comprovação científica para ser usada, não é como a hidroxicloroquina”. A hidroxicloroquina é um medicamento sem comprovação científica de efetividade contra a covid-19.

No último final de semana, o presidente já havia sido informado sobre a intenção de compra das vacinas pelo Ministério da Saúde. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, o presidente não se opôs à iniciativa. Bolsonaro só teria mudado de ideia após os seus apoiadores se manifestarem contra a medida nas redes sociais.

Outro motivador teria sido a reação do governador de São Paulo João Dória após o anúncio, que afirmou que “venceu o Brasil”. Segundo a Folha, Jair Bolsonaro também ordenou que a sua equipe não mantenha diálogo com o governador paulista sobre iniciativas de imunização.

A afirmação de que não é justificável um investimento em vacinas que não passaram das etapas de testagem contradiz medidas do próprio governo. Em agosto, um acordo para a compra de 100 milhões de doses da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com a AstraZeneca foi anunciado pelo Ministério da Saúde. O acordo teve um custo de R$ 1,9 bilhões.

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