O papel do governo brasileiro na crise da Venezuela

May 22, 2018

Mais de 200 presos políticos – a maioria sem motivo justificado. Os maiores partidos oposicionistas fechados pelo governo em um ato claro de censura política. O Parlamento venezuelano suprimido. Uma Assembleia criada por Maduro com poderes para depor congressistas opositores.

As eleições de domingo (20) deram a Maduro mais 6 anos de mandato, num processo fraudulento de manipulação eleitoral em nome da manutenção do poder. Essa desonestidade escancara para o mundo os resultados de uma administração desastrosa e tirânica: pobreza generalizada, escassez, desemprego, falta de serviços básicos e uma população desesperada atravessando as fronteiras.

No rastro da ditadura de Maduro, que assumiu o governo em 2013 para jogar o país numa espiral de apagões, fome, hiperinflação e violência, está o histórico do governo brasileiro em ajudar o regime.

Nesta segunda, o Itamaraty considerou a eleição venezuelana como “ilegítima”. É pouco. Trata-se de uma ditadura tentando muito mal se disfarçar de democracia. Mas o que é hoje uma desaprovação tímida já foi ajuda direta na forma de bilhões concedidos pelo governo brasileiro.

Não é surpresa que durante os governos de Lula e Dilma, pela “boa relação” com países vizinhos, a Venezuela importou milhões em mercadorias e serviços, de forma financiada, creditada na conta do BNDES. Em abril, o governo Temer anunciou que vai assumir o calote de 275 milhões de dólares da Venezuela.

Para além dos gastos financiados pelo seu bolso, o que vemos é uma convivência harmoniosa com um governo ditatorial que enfrenta há 5 anos escândalos internacionais diante do que impôs à população venezuelana. Os 200 mortos em protestos contra Maduro em 2014 são uma fração da brutalidade do regime.

Enquanto milhares buscavam em países vizinhos, inclusive no Brasil, em busca de artigos básicos como comida e água potável, o governo do PT garantiu que o regime continuasse se fortalecendo às custas de dinheiro público brasileiro.
Agora, mais 6 anos de ditadura estão à frente dos venezuelanos se a ajuda transformada em desaprovação tímida do governo brasileiro continuar.

Os venezuelanos precisam ser livres.