Baixa produtividade prejudica renda do trabalhador

February 19, 2018

O salário médio, pago pela iniciativa privada no Brasil é de cerca de R$ 2,1 mil, ou 650 dólares. Muito pouco, comparado aos países desenvolvidos, mas isso não se deve à ganância dos empresários brasileiros, que exploram os trabalhadores para obter lucros exorbitantes. O lucro médio das empresas do país orbita entre 2 e 3% sobre as receitas. O x da questão é outro: a produtividade do brasileiro.

Um levantamento feito pela Fundação Getulio Vargas (FGV), divulgado hoje, mostra que um empregado brasileiro gera, em média, US$ 16,80 (ou R$ 54,09) por hora trabalhada, o que o coloca na 50ª posição dentre uma lista que inclui 68 países.

Como o ranking usou dados de 2014, até a Venezuela ficou em nossa frente, na 48ª posição. Na Alemanha, país quinto colocado, os empregados produzem US$ 64,40 por hora, e por isso podem se dar ao luxo de trabalhar, em média, 340 horas menos por ano que o trabalhador no Brasil. Nos Estados Unidos, um único trabalhador é capaz de produzir o mesmo que quatro brasileiros.

E por que a produtividade brasileira é tão baixa? Baixa qualificação da mão de obra, mercado fechado à concorrência estrangeira, e principalmente o que chamamos de “Custo Brasil”, que envolve a elevada e complexa carga tributária, excesso de burocracia, insegurança jurídica e má qualidade da infraestrutura. São necessários, por exemplo, mais funcionários para dar conta de tarefas marginais à atividade principal da empresa, como calcular impostos, ou se enquadrar em nossas complicadas e mutáveis leis.

Se queremos acabar com a pobreza e melhorar os salários, não há outro caminho que não produzir mais riquezas. Nessas horas, a caneta de um burocrata mais atrapalha do que ajuda. Precisamos de mais liberdade para produzir.