Protecionismo só protege uns poucos empresários

April 19, 2018

“É preciso proteger a produção nacional”. A frase é um clichê repetido por políticos, sindicatos patronais, nacionalistas convictos. Mas é verdadeira a concepção de que fechar as fronteiras para produtos, pessoas, ideias e inovações de outros países ajuda os cidadãos brasileiros? Vejamos o que acontece quando barreiras a produtos importados são diminuídas no caso de um produto básico da alimentação no Brasil: o feijão.

Vamos voltar para 2016. Segundo o IBGE, naquele ano o preço do feijão já tinha subido 33,5% até maio. O pior: não dava sinais que ia diminuir. Depois de muita discussão, pressão do público e protestos virtuais, Temer decidiu pelo óbvio, anunciando pelo Twitter que iria liberar a importação do feijão de apenas 3 países, todos eles do Mercosul. Apesar da medida tímida, o efeito foi rápido, regando os mercado com feijão e puxando pra baixo o preço.

Chega a ser desencorajador ver como diminuir as barreiras alfandegárias evidentemente faz o preço dos produtos cair e permite inserção de milhões de pessoas no mercado, seja comprando ou vendendo; enquanto entra governo, sai governo, fechar o país ao intercâmbio de produtos e pessoas continua como bandeira. Já falamos mais detalhadamente sobre o isolamento do Brasil em relação aos outros países do mundo aqui.

Enquanto isso, a maior parcela da população brasileira se vê presa a menor qualidade e variedade nas prateleiras, enquanto os preços só fazem subir. A princípio, pode parecer uma preocupação fútil, mas lembremos que todos os produtos vendidos aqui são afetados: do feijão ao smartphone.

Os únicos que o protecionismo protege são aqueles que não querem enfrentar a concorrência. Protecionismo se vale de fronteiras imaginárias para dificultar o livre comércio entre as pessoas.