Contexto
A Lei da Reciprocidade foi aprovada após os Estados Unidos, sob o governo de Donald Trump, aplicarem uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros — considerada uma retaliação política. A legislação brasileira, sancionada em julho de 2025, autoriza a imposição de tarifas sobre importações, suspensão de concessões de propriedade intelectual e outras medidas protecionistas com base em critérios amplos, como “ações que prejudiquem a competitividade internacional brasileira”.
Embora se apresente como instrumento de defesa da soberania, a nova lei rompe com a tradição brasileira de multilateralismo e previsibilidade normativa, incentivando medidas arbitrárias em resposta a pressões políticas ou setoriais.
Análise de Impacto
A nova legislação cria insegurança jurídica e favorece decisões políticas sem base técnica. Tarifas retaliatórias encarecem produtos, limitam o acesso a bens de qualidade e reduzem a competitividade da economia. Setores produtivos integrados a cadeias globais podem ser prejudicados. Experiências anteriores mostram que medidas assim penalizam especialmente os mais pobres, como ocorreu com a “Taxa das Blusinhas”.
Parecer Técnico
A Lei da Reciprocidade representa um retrocesso na política comercial brasileira. Viola princípios liberais ao favorecer o protecionismo e criar margem para privilégios setoriais. Recomenda-se priorizar soluções diplomáticas e multilaterais, com base em avaliações técnicas rigorosas e transparentes. Dada sua imprecisão e impactos negativos, o Livres defende sua revogação pelo Congresso Nacional.